No entanto, em 1961, com a renúncia de Jânio Quadros, numa tentativa infrutífera do que supostamente pretendia ser um auto-golpe, subiria ao poder o vice-presidente João Goulart, o que de certa forma gerou descontentamento entre segmentos contrários ao populismo de Vargas.
João Goulart.Goulart, sucessor político de Getúlio Vargas e cunhado de Leonel Brizola, defendia a realização de reformas de base no Brasil, incluindo a reforma agrária. Ele estava na China quando recebeu a notícia da renúncia de Quadros e era informado também da tentativa de militares contrários a Jango (como era conhecido Goulart) impedirem sua posse. Ranieri Mazilli era o presidente em exercício.
A renúncia de Jânio, cujos reais motivos não foram devidamente esclarecidos pelo ex-presidente (que morreu apenas transmitindo ao neto uma visão "romântica" do ato, pensando em voltar pelos braços do povo), parece ter sido motivada por um discurso lançado por Carlos Lacerda, governador da Guanabara. Preocupado com os acenos de Quadros aos países socialistas - na política externa Quadros queria inverter o seu perfil conservador - , Lacerda, que apoiou a eleição de Quadros, tentou falar com ele em Brasília e, no encontro, o jornalista-governador foi mal recebido pelo então presidente. Irritado, Lacerda anunciou em pronunciamento na TV que Jânio queria dar um golpe, renunciando para depois retornar com poderes fortalecidos. O discurso de Lacerda desnorteou politicamente o governo Jânio Quadros, que já tinha se mostrado, desde o começo, ambíguo e instável.
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